domingo, 15 de abril de 2012

Brasília: mosaico de sabores

           O mercado gastronômico da cidade está aquecido com a chegada de novos restaurantes. Nos shoppings, na orla ou espalhados pelas entrequadras, as casas com culinária requintada invadem a capital federal. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Jaime Recena, a procura do público por restaurantes está em constante ascenção. "A gastronomia é um patrimônio cultural e um propulsor econômico para o país", afirma. No Brasil, a despesa com alimentação fora do lar corresponde a 26% e emprega cerca de seis milhões de pessoas. 

           Em Brasília, os amantes da boa mesa podem escolher entre as várias opções de cozinhas em restaurantes mais sofisticados. Bom para o paladar, mas nem tanto assim para o bolso. Em média, a refeição com courvet, prato principal, sobremesa e sem bebida alcoólica, custa aproximadamente R$ 120 por pessoa.
Apesar do preço, vale a pena, pois o sabor não deixa a desejar. A arrumação da mesa, a apresentação dos pratos, o atendimento, o requinte do ambiente e até a música fazem parte da experiência na hora de comer. O La Tambouille, um dos restaurantes vindos de São Paulo que aportaram no Park Shopping, é um exemplo de que essas casas tem um diferencial. Ao entrar, a parede de plantas vivas remete ao frescor dos bistrôs franceses. Os pratos decorados com bordados de flores tropicais combinam com o estofado das cadeiras.
Inovações nos cardápios também fazem parte do rol. Como exemplo, a pizza de pétalas de rosas cristalizadas, servida na cama de sorvete de creme que é o carro chefe das sobremesas do Avenida Paulista. O prato já fazia sucesso em Curitiba, sede do restaurante, que traz alguns ingredientes diretamente da Itália para confecção das comidas. Uma pizza dessa, que serve oito pedaços, custa R$ 58,00.
O Coco Bambú, procedente de Fortaleza, busca a originalidade dos pratos nordestinos e também traz ingredientes frescos da terra, como os camarões, moluscos, mexilhões e peixes. Sempre com fila de espera aos domingos, segundo um dos proprietários do estabelecimento, Beto Pinheiro, o restaurante está dentre um dos mais procurados na capital. O Camarão Jangadeiro é uma boa pedida, pois o prato é bem servido. Arroz a grega, batatas douradas e camarões grandes empanados envoltos no catupiry  compõem a travessa. Dá para quatro pessoas e custa R$ 98,00.
Outros restaurantes que chegaram a Brasília atualmente e trouxeram inovações na gastronomia elegante são: Le Vin, Barbacoa, Antiquarius Grill, Mercado 153, Galetto’s, Pobre Juan, Bela Sintra e ‘Gero.

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 Mão de obra
O gerente do La Tambouille, Genésio Xavier, conta que trabalha para a rede há 15 anos. “Eu morava em São Paulo e vim com o restaurante, pois diziam que a mão de obra aqui é precária. Você vê isso nos serviços e, no restaurante, não é diferente. Na primeira semana que a gente abriu tinham oito garçons de Brasília e, três dias depois, só tinham dois”. Os contratados desistiram do emprego sem comunicar ao estabelecimento. Um dos argumentos citados por Xavier é a questão do profissionalismo. Ele acredita que em outras capitais, como por exemplo, São Paulo e Rio de Janeiro, os empregados são mais treinados e responsáveis. O atendimento ao público é então, na opinião do gerente, mais cordial e personalizado. “Eu já ouvia falar que o serviço deixava a desejar. É cultural".
O sommelier desse restaurante, Mário Vieira, também veio de São Paulo para Brasília com a equipe de um restaurante. O Bela Sintra, localizado na comercial da quadra 205 Sul, é um dos famosos e tradicionais da capital paulista. Vieira trabalhou durante sete meses na casa. Voltou para São Paulo, pois, segundo ele, o salário naquele estado é maior, logo que os empregados de um restaurante são comissionados. Sendo assim, casa cheia, mais dinheiro. Porém, como dito anteriormente pelo gerente Xavier, em Brasília falta mão de obra qualificada para o setor. O sommelier foi convidado a retornar à cidade, agora fazendo parte da equipe do La Tambouille.
Veja o que fala o profissional da área
A Avenida Paulista está há mais tempo em Brasília: um ano. Sediada em Curitiba, trouxe de lá os pizzaiolos e o departamento de recursos humanos, responsável pelo treinamento de pessoal. O garçon Honório Júnior está na casa desde a inauguração. Ele afirma que o restaurante sempre está lotado. Nos finais de semana, os clientes aguardam cerca de uma hora para conseguirem mesa. E completa: “aqui é mais perto do centro. Acho que a localização é importante para o público”. 

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