sexta-feira, 30 de março de 2012

Vai um cafezinho aí?


Na sala de espera, no trabalho, de manhã ou no final da tarde. O famoso cafezinho está presente no dia a dia do brasileiro. No início deste mês, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) identificou que 95% da população brasileira acima dos 15 anos consome a bebida, chegando a beber 82 litros por ano. De acordo com a pesquisa, realizada no primeiro trimestre de 2012, 51% dos entrevistados tomam café nos escritórios, 26% em cafeterias, 13% nas padarias e 7% nos bares e restaurantes. Outros optam por fazer seu próprio cafezinho com o tradicional coador de pano ou com cafeteiras.
O aposentado Miguel de Souza fica com o preparo tradicional. Em casa, ele prepara seis xícaras, por dia. Além de apreciar o sabor, diz que é um hábito tão comum como o de beber água, adquirido ainda menino na pequena cidade de Firminópolis, no interior de Goiás. Já o professor Ciro Marcondes, além de tomar a iguaria quando está em casa, também frequenta as cafeterias da cidade para bater um papo com os amigos. Na hora de ir ao supermercado e escolher a marca, Ciro prefere as importadas ou feitas com grãos nobres.
Há gerações, a família de Cecília Lopes trabalha no ramo da cafeicultura. Hoje, ela é proprietária de uma fazenda, onde faz plantio, e de uma empresa de torrefação, na qual torra e mói o grão, localizadas em Patrocínio (MG). “Desde os tempos do meu bisavô, minha família trabalha com isso. Meu envolvimento não é só profissional, é também sentimental. Lembro que quando era criança, lá em Patrocínio, eles moíam e torravam o café em casa, aí eu ficava sentindo aquele cheiro o tempo todo. Naquela época a gente não tomava leite com chocolate, a mamadeira era de café com leite”.
A Kopenhagen, loja especializada em chocolates finos, investiu em espaços para a comercialização de lanches e cafés. O barista André Luiz é um dos responsáveis pela preparação dos cafés elaborados na loja do Park Shopping, em Brasília. No cardápio dos gourmets, pode-se encontrar a bebida quente ou fria. Como exemplo, o Martin Macadâmia, servido gelado, feito à base de chocolate martin (cacau, chocolate, leite e creme de leite), café sabor macadâmia, cobertura de chatilly e decorado com raspas de chocolate. Uma das opções de café quente é o Martin Amarula. Os ingredientes são: café, licor amarula, chatilly e pedacinhos de chocolate. O valor de qualquer um dos cafés goumets dessa cafeteria é de R$ 13,90. “O café é bastante procurado pelos clientes. O brasileiro bebe muito café. Vendemos aqui mais ou menos cinquenta cafés gourmet durante a semana. Sábado e domingo, a média é de cento e cinquenta copos por dia”, fala André. E completa: “mensalmente, vendemos aproximadamente 2.500 cafezinhos tradicional expresso”.  Cada xícara pequena custa R$ 3,90.
Benefícios
A Associação Brasileira de Café e Barista (ACBB) divulgou, neste mês, estudo científico desenvolvido pelo cardiologista Luiz Antonio Machado Cesar, diretor da Unidade Clínica de Coronariopatia Crônica do Instituto do Coração, de São Paulo, ligado a Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa aponta benefícios causados pela ingestão da bebida. O café é estimulante por conter cafeína, possui também antioxidantes e vitaminas, protegendo contra o diabetes e alguns tipos de câncer. Pode prevenir doenças neurológicas como Alzheimer, Parkinson, AVC, doenças cardíacas e depressão. A ação mais efetiva é apontada com relação à diabete – o médico informa que o consumo de duas xícaras por dia previne a aparição da doença.
Curiosidades
  •  Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil é o maior produtor de café do mundo e o segundo em consumo, ficando atrás, somente, dos EUA.


  • Minas Gerais é o estado com maior produção de café no Brasil.
  • Na Indonésia, encontra-se o café mais caro do mundo. Chamado de Kopi (café em Bahasa, língua local) Luwak (pequeno mamífero parecido com um gato), esta iguaria é considerada uma raridade. A produção é de aproximadamente 220 kg por ano. Cada quilo custa em média U$ 1.000. O bichinho come os frutos de café, digere a polpa e os grãos ficam intactos, fermentando no estômago. Depois do processo digestivo, os grãos são expelidos por inteiro, nas fezes do animal. São preparados, lavados, tratados e torrados, prontos então para o consumo humano. Os apreciadores de café dizem que o sabor é menos amargo do que o café comum e possui um toque achocolato. No Brasil, a iguaria pode ser encontrada na Cafeteria Santo Grão, em São Paulo. Mas prepare o bolso: cada xícara do café especial custa R$ 25,00.
  • O café, além de marcante ao paladar, já causou transformações até na história do país. Com as grandes plantações, no início do século XX, era o principal produto de exportação e causou grande fluxo migratório de italianos, alemães e outros povos, que contribuíram ainda mais para a miscigenação de nossa gente.
  • A cafeteira de cápsula é o meio mais moderno de se preparar o cafezinho. Vários sabores e marcas do produto estão presentes no mercado. O preparo é prático e rápido, porém, as cápsulas têm trazido danos ao meio ambiente, pois são feitas de alumínio. Algumas empresas, preocupadas com a sustentabilidade, investem em embalagens biodegradáveis e também criam programas de reciclagem.

  • O Brasil é o maior exportador de café do mundo, de acordo com dados fornecidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O país abastece 30% do mercado internacional. Com mais de 7 bilhões de dólares exportados em maio de 2011, bateu o recorde histórico.

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