sexta-feira, 11 de maio de 2012

Cachaça: a bebida do Brasil



            Tradicionalmente feita da cana-de-açúcar, a cachaça faz parte do cotidiano do brasileiro desde a primeira metade do século XVI. Na visita da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos da América, no início de abril, em encontro com o Chefe de Estado Barack Obama, houve o reconhecimento da cachaça como um produto genuinamente nacional.
            A bebida é comercializada em bares e restaurantes de todo o país. Em Brasília, encontramos a cachaça em botecos e até mesmo em locais mais requintados. A branquinha, como é conhecida por muitos, pode ser considerada a bebida mais democrática do Brasil.
            No Bar Piauí, inaugurado na capital há aproximadamente 27 anos, a carta de cachaças é grande. Conta com 66 tipos de rótulos. A mais cara, Anisio Santiago, custa R$ 20,00 a dose. A mais barata, 51, sai a R$ 1,50 o copinho. O garçom José Sousa Brito trabalha no estabelecimento há 10 anos e fala que a bebida é muito pedida pelos clientes. “Quase todo dia vendo cachaça. Tem aquele que senta à mesa e pede uma ou duas doses e vai para a cerveja. E tem outros que ficam no balcão mesmo. Esses bebem só cachaça”, diz.


            Porém a branquinha não é servida apenas pura. Diversos drinks podem ser preparados com cachaça. Como exemplo, a caipirinha, bebida feita com limão, açúcar e gelo, e, é claro, cachaça. Em média, um copo custa R$ 8,00 em bares da cidade. No Azeite de Oliva, o cliente pode pedir caipirinha de morango. É a preferida das mulheres, segundo o gerente da casa. Outra bebida montada com cachaça é o quentão, típico das festas juninas. Misturada com gengibre e açúcar, a cachaça faz sucesso também quente.
            Na comercial da 307 Sul, o Nations Bar é especializado em coquetéis. Mesmo assim, vende cachaças puras. Como a Sagatiba, cuja dose sai a R$ 5,00, a Santo Grau, que custa R$ 7,00 e a Nega Fulô, a R$ 9,00. Mas o diferencial do lugar são mesmo os drinks. O barman Clau Nascimento gosta de inovar e criar bebidas com sabores e cores variados. Sua criação mais recente é a de nome Abaporu. Ele usa cachaça brasileira e frutas tropicais. “Pensei em fazer uma coisa diferente. Então juntei maracujá, banana, laranja, xarope de romã e cachaça. Ficou bem verão, bem praia. Refrescante”, afirma. Servida em copo longo com pedras de gelo, a bebida custa R$ 14,00.  

           
Bebida socializante
            Apreciadores da cachaça se uniram há 11 anos e estabeleceram a Confraria da Cachaça do Brasil. Mensalmente o grupo se reúne para almoço, onde é divulgado rótulos de produtores nacionais. A cachaça então é degustada e avaliada pelos membros da diretoria da confraria. Se aprovada, recebe um certificado de qualidade. Os confrades e confreiras somam aproximadamente 80 pessoas, em Brasília. A confraria está presente também no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. O fundador, José Bonifácio dos Santos, o Boni, orgulha-se do feito: “Como presidente da confraria posso dizer que fizemos muitas ações junto ao governo para o reconhecimento da cachaça do Brasil. Hoje é um produto de prestígio internacional”. O lema da confraria é: cachaça de qualidade, orgulho do Brasil.


           
Curiosidades
            . A cachaça é obtida por meio da destilação do melaço fermentado da cana-de-açúcar.  A graduação alcoólica da cachaça varia entre 38% e 48% em volume.
            . Por vezes, confundida com cachaça, a aguardente de cana é um destilado alcoólico simples de fermentado do caldo da cana-de-açúcar. A graduação alcoólica da aguardente de cana está entre 38% e 54% em volume.
            . Em 1756, a cachaça passou a ser industrializada. Em garrafa de louça, a Monjopina, produzida no Engenho Monjope, em Igarassu (PR), começou a ser vendida em armazéns de secos e molhados.
            . A bebida nacional ganhou seu maior reconhecimento no mundo quando a Cachaça Pendão foi premiada no San Francisco Word Spirits Competition, uma das mais importantes competições do segmento. Entre 1.215 tipos de destilados de 61 países, ficou com a medalha de prata em 2012.
            . A Cachaça Anisio Santiago (antiga Havana – teve o nome trocado por problemas de patente) é uma das cachaças nobres, facilmente identificada nas degustações às cegas por aroma e sabor marcantes. Premiadíssima, é considerada como a melhor cachaça do mundo. Produzida na Fazenda Havana, cidade de Salinas (Minas Gerais), tem graduação alcoólica de 44,8% em volume.
            . O Museu da Cachaça foi inaugurado no dia 10 de dezembro de 1998. Situado no município de Lagoa do Carro, a 60 quilômetros de Recife, possui uma coleção que faz parte do Guiness Book, o livro dos recordes. São 7.124 garrafas, produzidas no Brasil e em outros 24 países, reunidas ao longo de duas décadas pelo empresário José Moisés de Moura. O museu recebe cerca de 50 visitantes semanais e o bilhete de entrada custa R$ 1,00. Ao final da visitação, o público pode degustar diferentes marcas de cachaça no bar do espaço.




















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